Fábrica da Nissan criará 2 mil empregos

06/10/2011 19:41

 

Resende e Rio

A fábrica da Nissan em Resende vai gerar 2 mil novos empregos diretos e indiretos para produzir 200 mil carros por ano, na primeira etapa de produção, que começa no primeiro semestre de 2014. Em 15 de setembro, houve a assinatura de um documento no Palácio Guanabara, no dia 1º de outubro a presidente Dilma Roussef recebeu o presidente da Aliança Nissan-Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, para anunciar oficialmente o investimento, e hoje (6) o anúncio foi feito pelo presidente mundial da companhia, Carlos Gohsn, junto ao governador Sérgio Cabral e o vice-governador e coordenador executivo de Infraestrutura, Luiz Fernando Pezão, no Palácio Laranjeiras.

Resende foi escolhida por sua proximidade com os portos de alta qualidade de Itaguaí e do Rio de Janeiro, disponibilidade para início da produção em curto espaço de tempo e fácil acesso à mão de obra qualificada e fornecedores.

A futura capacidade de produção da Nissan virá complementar a atual, de 59 mil unidades por ano, provenientes da planta industrial da Renault, localizada em São José dos Pinhais, no Estado do Paraná. A unidade fabril da Nissan, no Paraná, continuará a produzir o Nissan Livina, o Grand Livina, X-Gear e o Frontier, além de expandir a produção dos modelos Renault.

A intenção da Nissan é produzir em Resende carros baseados na Plataforma V. Plataforma é o termo usado pela indústria automobilística para descrever uma base sobre a qual são montados diversos modelos. As fábricas são feitas para trabalhar com uma determinada plataforma, embora possam ser adaptadas para outras.

Atualmente os modelos da Nissan que usam a Plataforma V são o hatch compacto March, recentemente lançado no Brasil, e o sedã Versa, que será lançado no mercado nacional em novembro.

Como a fábrica de Resende só começa a operar em 2014, não é possível afirmar que ela vai produzir o March e o Versa. A decisão vai depender de diversos fatores, inclusive do lançamento de novos produtos da marca, que pretende colocar no mercado dez novos modelos até 2014.

Com a nova fábrica, a Nissan pretende fazer saltar de 1,7% para 5% sua fatia no mercado nacional até 2016. Considerando a Renault, que atualmente tem 5% do mercado e pretende chegar a 8% no mesmo prazo, a Aliança Renault-Nissan chegaria a 13% do mercado brasileiro.

Quarto mercado mundial automobilístico, o Brasil é o terceiro maior consumidor mundial de carros da Renault, mas deve fechar o ano na segunda posição, atrás apenas da França.

De acordo com Carlos Goshn, a cobertura nacional abrange atualmente 23% do território, com a comercialização de seis modelos. Com a chegada do March, a participação aumentará para mais de 60%. O lançamento do Versa, em novembro, vai expandir a cobertura para 90%. A rede de concessionárias também será ampliada.

- Nosso objetivo é colocar a Nissan como a primeira montadora asiática no mercado brasileiro. Vemos um grande potencial, que durante muito tempo ficou reprimido no Rio de janeiro, que tem infraestrutura, política atrativa para investimentos estrangeiros, talento e mão de obra. Estamos convencidos que instalar uma fábrica aqui é uma escolha para o futuro. Tenho esperança que a Nissan vai crescer junto e com a mesma taxa de crescimento que o Estado . Assim como ocorrido na China, Rússia e Índia, estamos investindo em regiões que apresentam maior potencial de crescimento. O Brasil tem se mostrado o motor que impulsiona o crescimento do mercado latino-americano. Estamos ansiosos para contribuir para o cenário econômico brasileiro e sua indústria automotiva, no século 21 -  afirmou o executivo.

Um Design Center foi instalado em São Paulo para adaptar os modelos japoneses ao gosto latino-americano, em especial, o brasileiro, já que esse é o mercado mais representativo para o grupo. O executivo declarou que, quando atingir a marca anunciada, a Nissan destacará mais recursos para ampliar a fábrica de Resende. E anunciou que a Renault, líder mundial na produção de carros elétricos, pretende investir também na fabricação de veículos híbridos (flex) e que não usam combustíveis no país.

- Somos pioneiros em veículos movidos a eletricidade. Estamos estimulando uma capacidade mundial para produzir 500 mil veículos desse tipo nos Estados Unidos, no Japão e na Europa. Quando o governo brasileiro estiver pronto, traremos a tecnologia instantaneamente para o Brasil - explicou Gohsn.

O governador Sérgio Cabral (PMDB) corroborou o discurso dizendo que o etanol, base energética brasileira, é uma fonte não poluente, mas a produção de carros elétricos é um caminho inexorável. E que a realização da Rio + 20, no próximo ano, será uma grande chance de apresentá-los.

- Temos que ampliar nossa base, não podemos depender apenas de uma matriz. O Brasil não pode perder a oportunidade de oferecer uma plataforma de incentivos para que veículos sustentáveis sejam produzidos aqui, já que existe a possibilidade de se tornar líder do segmento na América Latina - acrescentou Sérgio Cabral.

 

Cabral elogia esforço de Resende para atrair empresas

Durante a assinatura do protocolo de intenções que confirmou a vinda da  multinacional Nissan para Resende, realizada na manhã de hoje (06 de outubro), no Palácio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral (PMDB) destacou todo o esforço feito pelo prefeito José Rechuan (PP) para a escolha de Resende pelos executivos da montadora automobilística. Rechuan participou da solenidade desta quinta-feira. A solenidade teve ainda as participações dos secretários municipais de Resende Edgar Moreira (Indústria, Tecnologia e Serviços) e Renato Viegas (Fazenda), além do presidente da Câmara Municipal, Kiko Besouchet (PP).

- Quero agradecer ao prefeito José Rechuan e sua equipe por todo o esforço que realizaram para trazer a Nissan para o Rio de Janeiro, para Resende. O prefeito não mediu esforços para receber este investimento -  disse Sérgio Cabral, frisando que, com a instalação da nova empresa, Resende passa a ser o maior centro automotivo do território fluminense.

Comentando a respeito da vinda da montadora para o Município, Rechuan lembrou que a cidade de Resende foi colocada à disposição do empreendimento numa reunião realizada na sede da Codin-RJ (Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro), que praticamente marcou o início das conversações no governo estadual sobre a instalação de uma nova fábrica da empresa no Brasil. Este encontro na CODIN-RJ teve a participação do secretário de Indústria, Tecnologia e Serviços da Prefeitura de Resende, Edgar Moreira, que falou em nome do prefeito na reunião.

- A partir disso, todos os esforços da Prefeitura estiveram voltados no sentido de mostrar aos executivos da Nissan a infra-estrutura existente em Resende para a instalação de novos empreendimentos econômicos. Acreditamos fielmente que a rede de serviços de atendimento ao cidadão nas áreas de Educação, Saúde, Saneamento Básico e outros setores também contribuiu para que Resende fosse a cidade escolhida. A luta da Prefeitura de Resende continuará sendo no sentido de atrair novos investimentos, dentro da nossa proposta de aliar o crescimento econômico aliado às condições de vida saudável para a nossa população - declarou o prefeito.

O governador Sérgio Cabral destacou que a vinda da Nissan para Resende é um marco da recuperação econômica do Rio de Janeiro, "e faz parte de todo um trabalho que colocou em 2010 o Estado como o que mais recebeu investimentos privados de todo o país.

- A Nissan é uma referência de qualidade, e vai trazer diversos benefícios, seja através dos milhares de empregos criados, seja através dos impostos que serão recolhidos.  Resende se mostrou pró-ativa para receber este investimento desde o primeiro momento. É uma grande conquista para o desenvolvimento do interior do nosso estado - afirmou Cabral.

Presente ao encontro, o empresário Eike Batista, que segundo o governador foi um dos articuladores para a vinda da Nissan para o Rio de Janeiro, disse que Resende foi uma boa escolha.

- É um município que já tem toda uma estrutura para montadoras automobilísticas, e mão de obra especializada - afirmou Batista.

A Nissan será a terceira montadora a se instalar na região, que já conta com a PSA Peugeot Citroën, em Porto Real, e a Man Latin America, em Resende, que produz caminhões e ônibus.

- Não estamos construindo no Rio um parque automotivo qualquer, mas um diferenciado. É muito gratificante unir a marca Rio à Nissan, que é referência mundial de qualidade, tecnologia e vanguarda no setor automotivo. É a primeira fábrica da Nissan no Brasil, uma demonstração de confiança, especialmente no Estado do Rio de Janeiro - disse o governador.



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